O livro Hermes: uma Filosofia da Ciência, de Michel Serres, publicado pela Editora Graal, propõe uma abordagem inovadora sobre o conhecimento científico, rompendo com os modelos tradicionais baseados apenas na lógica e na razão. Serres utiliza a figura mitológica de Hermes — mensageiro dos deuses, deus das passagens, das trocas e da comunicação — como metáfora central para explorar a ciência como um processo dinâmico de mediação entre diferentes campos do saber. Em vez de ver a ciência como um sistema fechado e rigoroso, ele a interpreta como uma rede de trocas, atravessada por ruídos, ambiguidades e deslocamentos. A obra articula filosofia, literatura, mitologia e epistemologia para mostrar que o conhecimento é constituído tanto por rupturas quanto por conexões, enfatizando o papel dos “intermediários” no desenvolvimento científico.