Práticas de consumo e diferenças regionais no Brasil
O objetivo deste artigo é compreender o gosto do brasileiro pelo perfume. O Brasil é o segundo maior consumidor mundial de perfumes. Os produtos mais consumidos são os nacionais e massivos. Os maiores consumidores são pessoas das Classes C, D e E das regiões Norte e Nordeste, que, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) (2010), gastam familiarmente por mês mais com perfumes do que com arroz ou com educação. O ponto de partida é o debate sobre o suposto caráter supérfluo dos perfumes, à luz da particularidade sócio-histórica do Brasil. Daí buscamos compreender esse gosto a partir da relação daquilo que foi considerado pela pesquisadora Renata Aschcar como o cheiro do Brasil no século XX, a lavanda, a partir de um de seus produtos de destaque na história nacional da perfumaria: a Seiva de Alfazema criada pela Phebo.
Cara Profa. Salete Nery, qual a diferença de Alfazema para Lavanda? Na casa dos meus avós, de pai e de mãe, se usava Alfazema para tudo. Recentemente, fiquei com a sensação de Alfazema é para higiene pessoal e Lavanda para higiene de ambientes. No uso pessoal, ficou mais associado ao cheiro que “gera” mais sensação de tranquilidade e relaxamento… Posso estar falando bobagens, mas nunca ouvi ninguém com um desinfetante de Alfazema.
Na verdade, Anderson, essa é uma questão cuja resposta não tenho certeza. Já vi alguns livros dizerem que são a mesma e se trata apenas de uma questão de nomenclatura (lavanda, termo latino; alfazema, árabe), mas também já vi algumas afirmações de que se tratam de plantas diferentes. Ainda não tenho certeza quanto a resposta